Quanto a sua empresa pode investir num novo site?

Passei por duas situações distintas nesses últimos dias mas com o mesmo tema: preço. Quanto você está disposto a pagar para ter um site bem resolvido? Digo bem resolvido em vários sentidos:
Isso tudo, claro, tem um preço. Tem vários, na verdade... Não existe uma tabela e isso é um dos motivos de desconfiança das empresas, é bem verdade... Mas isso é uma outra discussão e meu ponto hoje é outro: o valor que se quer/pode pagar para o que se precisa.

Situação nº 1
Fomos chamados para fazer o orçamento de reformulação de um site de uma empresa que já havia gasto uma quantia (pequena) para a segunda versão do seu site institucional. O cliente queria apenas autonomia com relação ao conteúdo. Contratou um programador. Teve o sistema de gerenciamento de conteúdo mas recebeu um design inferior ao que tinha antes. Pagou pouco para um profissional liberal – que não conta com uma estrutura, espaço, funcionários, softwares registrados etc. – que desapareceu antes que o trabalho fosse concluído. O valor investido, embora pequeno, foi jogado no lixo pois todo o trabalho terá que ser refeito!

Isso causou estranheza desse cliente e certamente é uma questão comum: entender um sistema desenvolvido exclusivamente por um programador para poder modificá-lo é muitas vezes mais difícil do que partir do zero. Exceto quando o sistema de gerenciamento de conteúdo utilizado é uma ferramenta conhecida (ainda assim pode ser bastante complexo) como o Publique, Lumis etc., é preferível construir um novo.

Situação nº 2
Fomos chamados para uma concorrência para reformulação de um outro site institucional. Montamos a proposta e nossos custos ficaram na média dos mais caros. Um destacou-se pelo baixo custo mas estava em desvantagem (a meu ver) competitiva já que era um profissional liberal, sem custos fixos, nem espaço, funcionários etc. Só ele e um notebook. Qual foi a opção do cliente? Preço.

Embora consciente da comparação entre alhos e bugalhos – não querendo aqui julgar a qualidade do trabalho em si, já que meu ponto hoje é custos – a opção do cliente envolve questões que provavelmente ele não está levando em consideração: comprometimento com prazos, completude, eficácia e eficiência.

Se esse profissional não estiver disponível, terá outra pessoa para falar, reclamar, pedir, cobrar? Existe um espaço fixo para, se precisar, bater na porta? Haverá um contrato formal passível de contestação? Se o site não ficar pronto no prazo determinado o prejuízo será de quem? Se não for completado, como resolver?

Conclusão
Vários fatores devem ser levados em consideração na hora de determinar o investimento que se quer/pode fazer para reformular ou desenvolver um site e esses fatores devem virar pré-requisitos do projeto. Melhor do que buscar preços aleatórios no mercado, mas vale negociar com o fornecedor de confiança. Um site – muito mais do que uma peça gráfica – pode e deve ser escalonado. Uma primeira etapa com “x” itens, uma segunda com “n” recursos e por aí vai... Sempre em sintonia com o próprio planejamento estratégico da empresa. Asseguro: a chance de gastar menos dessa forma é bem maior!

Foi interessante a coincidência entre as duas situações simultâneas. Claro que não são regras, mas servem de alerta.

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