O Globo: porque não comentar?
Esperei uma
semana para ver se o novo projeto gráfico do jornal ia se sustentar. O que a
princípio se pareceu complicado de manter, se mostrou consistente e efetivo.
Com manchas
gráficas muito arejadas e grids bastante variadas – com possibilidades de 2, 4,
5 e 6 colunas – inclusão de olhos, imagens contornadas pelo texto e tabelas
ocupando larguras variadas, confesso que temi por duas possibilidades: a
padronização em 2 ou três versões, frente ao tempo diário escasso para o fechamento,
ou o caos.
O que se vê
é cada vez mais um conteúdo muito bem apresentado, fácil e rápido de entender
do que se trata e muito melhor de ler – com excessão da fina fonte em
caixa-alta utilizada em alguns olhos. Linda! Mas de bem difícil leitura.
O que se
nota é a preocupação de construção que chamo de “bottom-up”, o que deveria ser óbvio
para todo e qualquer peça (ou veículo) que tenha no conteúdo sua força. Os
efeitos e firulas se entram é porque tem uma finalidade.
Talvez as
retrancas e capas dos cadernos pudessem ser um pouco mais padronizadas. Os
"logos" dos cadernos são muito destoantes entre si e das próprias
retrancas. Segundo Caderno, Boa Chance, Esportes, Ela e Carro & etc são
completamente diferentes. Isso sem comentar as revistas - compreensíveis por
serem anexos. Acho que poderiam ter menos variações. Ficaria com a solução vertical
(Boa Chance e Carro & etc) com excessão das revistas e Ela. A revista de
domingo aliás, não ficou bonita. Ficou "achatada" a meu ver.
O que muito
me admirou na mudança foi o foco no conteúdo e a incorporação de recursos de
diagramação comumente utilizados em sistemas multimídia, como relação com
outras ferramentas (multimídia, inclusive), comentários e ícones. Folheando o
jornal no primeiro dia do seu lançamento fica muito clara essa importância.
Agora é muito mais fácil ter uma noção geral do que se trata a matéria para se
interessante for, poder parar para ler e se aprofundar em outras fontes.
A escolha
da tipografia foi bastante acertada, dando realmente mais personalidade. Não
foi uma mudança brusca, uma ruptura, como os próprios designers comentaram. Mas
foram mudanças que certamente exigiram muito treinamento da equipe (tanto de
diagramadores quanto dos produtores de conteúdo) e no dia-a-dia devem estar
exigindo mais tempo de finalização. Mas o resultado compensa e muito!
As mudanças
no site (confesso que não sei se foram concomitantes) também foram muito
positivas. Mas isso já é um outro post...
Parabéns ao
jornal como um todo. Foi a consolidação de seu slogan (muito alem do papel de
um jornal).
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